Uma noite, ao caminhar por uma cidade antiga, ouviam-se cantos vindo das portas de um templo no alto dos montes. Parecia um convite: entrar e encontrar descanso.
Essa cena lembra o cântico dos filhos do templo, que celebravam a cidade fundada por Deus como lugar de encontro. O poema destaca o amor do Senhor pelas portas e as coisas gloriosas ditas sobre a cidade deus.
Apesar de curto, o salmo concentra história, louvor e promessa. Ele liga eventos passados do povo e momentos decisivos da salvação, mostrando a cidade como fonte de esperança para o mundo.
Ao seguir, veremos como portas representam acolhimento e como as fontes da vida brotam naquele lugar sagrado. Sinta-se convidado a ver sua própria fé ligada a essa cidade e a descobrir a fonte que sustenta a adoração.
Principais Lições
- O cântico eleva a cidade como lugar de encontro entre céu e terra.
- Os filhos do templo usam música e portas para conduzir ao louvor.
- A glória citada tem peso teológico, não só arquitetônico.
- Portas simbolizam acesso e inclusão das nações.
- A cidade é apresentada como fonte de vida e esperança.
Panorama do Salmo 87 e sua mensagem para o mundo
Em meio a crises históricas, o poema litúrgico proclama uma cidade amada e um futuro de reconciliação. Situado no livro 3, esse cântico nasce num tempo de lamento, mas com raios de esperança para toda a terra.
Tempo e contexto: um cântico do passado com esperança futura
Escrito numa época marcada por provações, o texto projeta cidadania aberta às nações. A letra anuncia um alcance que ultrapassa fronteiras e fala ao mundo de forma inclusiva.
Filhos de Corá: quem eram e por que cantam sobre Sião
Os filhos de Corá, levitas músicos, eram vozes oficiais do culto. Seu papel litúrgico torna-os intérpretes fiéis dessa visão: uma cidade que acolhe inimigos transformados em amigos do povo.
- Função: música e ensino do povo.
- Missão: anunciar a verdade sobre o plano divino.
Texto, estrutura e tema central: a cidade de Deus no monte santo
O texto começa por afirmar uma cidade fundada por Deus sobre montes santos e a afirmação de amor às portas. Gloriosas coisas são declaradas sobre esse lugar, criando o foco central: a cidade como ponto de encontro com o Senhor.

Salmo como “Cântico”: liturgia, poesia e adoração
Como um cântico litúrgico, o poema combina forma poética e função religiosa. Judeus iam ao templo para cantar e aprender. Assim, o livro dos hinos serve de memória e ensino para o povo.
- Estrutura: início na fundação e amor divino (vv.1–3).
- Meio: abertura às nações e menção a inimigos (vv.4–6).
- Clímax: celebração final — “todas as minhas fontes são em ti” (v.7).
O templo aparece como lugar santo que revela presença sem limitar Deus a um espaço. Essa cidade é histórica e teológica, parte da narrativa redentiva que amplia sua missão além das fronteiras.
Em épocas de crise, o cântico sustenta a fé. Ele convoca adoração, confiança e a esperança de que o Altíssimo estabelecerá sua obra, abrindo horizontes para a igreja e para as nações.
“Portas de Sião”: por que o Senhor ama o acesso à sua cidade
Amar as portas significa amar a ponte entre o cotidiano e a adoração divina.
“O SENHOR ama as portas de Sião mais do que as habitações de Jacó” (Sl 87:2).
As portas simbolizam acesso e acolhimento. Elas marcam o lugar onde o Senhor encontra o seu povo e onde a comunhão nasce.
Os filhos de Corá, como Spurgeon observou, “guardavam as portas” e cantavam dentro e fora delas. Esse ministério ligava liturgia e proteção. Era a voz que conduzia a adoração.
Os montes ressaltam santidade por causa da presença divina, não por relevo geográfico. Em Jerusalém, eventos como templo, Páscoa, morte, ressurreição e Pentecostes deram às entradas alcance global (Guzik).
Por isso as portas anunciam uma adoração que se abre às nações. Amar as portas é amar a aproximação: quem entra é chamado a sair e levar a graça do Altíssimo. O compromisso é manter o lugar santo vivo e acolhedor.
- Função: acesso à presença.
- Missão: unir reverência e alegria na adoração.
- Destino: ser ponte para as nações.
“Gloriosas coisas se dizem de ti”: a reputação da cidade de Deus
A fama do monte santo nasceu de atos concretos de fé e de adoração. Gloriosas coisas se têm dito de ti, ó cidade de Deus! Esta declaração resume como o lugar ganhou autoridade espiritual.
“Gloriosas coisas se têm dito de ti, ó cidade de Deus!”
Segundo Guzik, naquele centro houve ensino, sacrifício, expiação e derramamento do Espírito. Essas experiências fizeram da cidade um palco da graça.
Gloriosa fé, adoração, templo e presença
A adoração estruturada no templo moldou a vida dos filhos e formou identidade. O ensino da Torá e os ritos consolidaram uma reputação de glória baseada em ação divina.
Da fundação à esperança escatológica
A glória desta cidade não é mera vaidade urbana: ela vem de Deus, que funda, preserva e renova. Assim, as histórias e as fontes históricas alimentam a esperança de que mais povos façam parte deste projeto.
| Elemento | Impacto | Exemplo |
|---|---|---|
| Fé no templo | Identidade comunitária | Ritos e ensino |
| Adoração | Transformação pessoal | Cantos e ofertas |
| Presença divina | Confiança escatológica | Derramamento do Espírito |

As nações citadas: Raabe (Egito), Babilônia, Filístia, Tiro e Cuxe
Raabe (Egito) e Babilônia aparecem como potências opressoras na história do povo. Filístia e Tiro representam vizinhos influentes pela política e pela cultura. Cuxe surge como símbolo de povos distantes do mundo conhecido.
Inimigos e vizinhos são retratados de modo inesperado. Onde houve conflito, o texto anuncia um novo começo.
Inimigos e vizinhos: do conflito ao novo nascimento em Sião
O choque literário-teológico é evidente: antigos inimigos são registrados como nascidos na cidade. Isso indica mudança de status social e espiritual.
“Este nasceu lá”: inclusão dos povos no reino
“Este nasceu lá.”
Esse refrão funciona como declaração de cidadania. Não é por etnia, mas por fé e pela ação do Senhor.
- A inscrição funciona como registro civil, com autoridade divina.
- “Todas nações” aponta para amplitude do plano de Deus.
- A inclusão tem causa na graça e no propósito missionário.
Assim, a cidade deixa de ser campo de disputa e torna-se espaço de reconciliação. Pessoas de várias origens passam a fazer parte de um mesmo corpo e missão.
Convite: veja a cidade como ponto de encontro que acolhe, cura e envia para abençoar outras nações.
O próprio Altíssimo estabelecerá: fundamento e segurança de Sião
O próprio Altíssimo estabelecerá afirma que a estabilidade da cidade não vem de reis, muros ou estratégias humanas. É uma declaração de origem divina que garante fundamento e futuro.
Esse estabelecimento é um ato de poder e glória do Senhor. Por meio dele, Deus assina a história com fidelidade, começando no templo e alcançando toda a terra.
A cidade torna-se sinal do reino: referência de justiça e paz para povos e nações. O respeito especial do Altíssimo confere dignidade e vocação à cidade como lugar de adoração, ensino e missão.
Deus estabelece por promessa, presença e propósito. Quando tudo vacila, a palavra do Senhor restaura os fundamentos e protege o povo do medo. Assim, a segurança divina liberta para uma vida de fidelidade e serviço.
Conclusão: Sião permanece por decisão soberana. Confiar no próprio Altíssimo estabelecerá traz ao leitor uma base firme e esperança para caminhar, sabendo que a cidade é projeto divino para abençoar gerações.
Registro divino e cidadania: o Senhor anota os nascidos em Sião
O ato de anotar nomes no livro divino mostra como Deus formaliza pertencimento.

“Quando registrar os povos”: livro, povo e pertencimento
O SENHOR, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu lá aponta para um cadastro que não mede sangue, mas graça.
O livro simboliza forma oficial de cidadania. Deus escreve e repete: “Este nasceu lá” várias vezes, afirmando identidade e direito à herança.
Registrados, o povo recebe participação nas promessas. Há deveres e privilégios no corpo do Reino. Isso quebra barreiras étnicas e integra muitos povos sob um mesmo Senhor.
“Igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12:22–23); “Jerusalém de cima” (Gálatas 4:26).
- O registro é ato repetido na história da salvação.
- Tem consequências práticas: viver como pertencente, servir e amar.
- O respeito divino pelo cadastro traz segurança e consolo.
| Imagem | Significado | Consequência |
|---|---|---|
| Livro celestial | Registro de pertencimento | Identidade e herança |
| Declaração “Este nasceu lá” | Adoção soberana | Direitos e deveres no Reino |
| Inscrição repetida | Inclusão de povos | Comunidade multicultural |
Conclusão: o registro do próprio altíssimo estabelece respeito e segurança. O leitor é convidado a buscar sua identidade no livro divino: ali está a promessa fiel de pertencimento eterno.
“Todas as minhas fontes são em ti”: vida, graça e adoração
O verso final traz a imagem de águas que brotam e sustentam o povo em canto e movimento.
Fontes evocam refrigério, manancial e origem do bem. Para Guzik, elas apontam para tudo que vem de Deus; Spurgeon lembra que devemos retornar a Deus o que recebemos.

“Todas as minhas fontes” expressa exclusividade e confiança: a vida da comunidade depende da fonte divina, não de cisternas humanas.
- Deus é o manancial de graça, alegria e sustento.
- A adoração envolve corpo e comunidade — cantores e dançarinos celebram o transbordar.
- Tudo que recebemos (dons, tempo, recursos) volta a Deus em serviço e louvor.
A cidade aparece como lugar de encontro com a fonte, chamada não por mérito, mas por escolha divina.
Beber dessa fonte é viver pela graça e permitir que o que jorra ali corra para abençoar outros. Identifique cisternas rachadas e volte-se para a fonte segura, porque ela nunca seca.
“Todas as minhas fontes são em ti.”
Conclusão: a cidade é cenário da abundância do Altíssimo, onde a adoração floresce porque a fonte é inesgotável.
Salmo 87: A Glória de Sião e os que nela nascerão.
Num breve hino, a cidade aparece como palco onde Deus proclama fama e inscreve novos cidadãos.
O salmo une fundação, reputação e família: Deus estabelece o lugar, declara gloriosas coisas sobre ele e registra aqueles que pertencem.

Essa tríade mostra que a glória não é orgulho urbano, mas reflexo da presença do Senhor. Assim, a identidade do povo nasce da voz divina, não de costumes humanos.
“Todas as minhas fontes são em ti.”
O verso final consolida a dependência do Altíssimo como clima espiritual dos nascidos na cidade. A imagem das fontes confirma que a vida e a missão vêm de Deus.
- Fundação divina garante propósito e segurança.
- As coisas ditas funcionam como memória e profecia.
- O registro divino afirma pertença por graça, não por origem.
Conclui-se que o salmo é convite: pertença e celebração formam uma comunidade chamada a refletir a glória e a levar suas fontes ao mundo.
Sião no Antigo e Novo Testamento: continuidade e cumprimento
Do Antigo ao Novo Testamento, a imagem da cidade evolui de local histórico a realidade escatológica. Essa transição mostra como a promessa antiga prepara um povo que, no tempo de Jesus Cristo, recebe um significado novo e ampliado.

Hebreus 12 e Gálatas 4: Jerusalém celestial e a “mãe” da fé
Hebreus 12:22–23 apresenta o monte santo como uma cidade celestial e menciona a igreja dos primogênitos arrolados no livro. Isso ecoa o registro antigo e leva sua ideia ao mundo inteiro.
De Jerusalém histórica à igreja de Jesus Cristo
Gálatas 4:26 chama a Jerusalém de cima de “mãe de todos”. A metáfora mostra que a cidade, em sua forma celestial, gera filhos pela graça. Assim, a comunidade de fé reúne povos e nações em um mesmo projeto.
- Continuidade: o Antigo testamento prepara a revelação, sem anular a importância histórica.
- Cumprimento: Cristo realiza o poder da promessa e torna possível a cidadania celestial.
- Missão: a igreja deve encarnar adoração, justiça e alcance às nações.
“Jerusalém de cima é livre e mãe de todos”
Em resumo, a leitura bíblica integral une parte histórica e esperança futura. O livro sagrado assegura identidade e destino, e a igreja é chamada a sinalizar o reino no meio do mundo.
Sião, templo e cidade: lugar, presença e glória
Quando peregrinos chegavam, percebiam no templo o núcleo vivo da cidade e da adoração.
O templo era o lugar da presença, do perdão e da instrução. Ali, a glória não vinha do ouro, mas da maneira como Deus se manifestava entre o povo.
Judeus e visitantes convergiam para festas e sacrifícios. Essa reunião formava uma comunidade de aprendizagem e canto.
A forma de culto envolvia sacrifícios, cânticos e celebrações que moldavam identidade coletiva. As coisas feitas no templo tinham caráter pedagógico: ensinavam o coração a temer, amar e obedecer.

O lugar anunciava promessa: o Deus que habita com seu povo prepara discípulos para o mundo.
- O templo dá sentido à cidade.
- A liturgia ordenada protege contra religiosidade vazia.
- A cidade forma e envia testemunhas.
Conclusão: templo, lugar e cidade compõem um eixo de glória — Deus no meio do seu povo para abençoar e transformar.
Sião e as “todas as nações”: missão, graça e final glorioso
O hino final aponta para um coro universal que celebra a fidelidade divina.
Do Salmo 87 ao Salmo 117: a convocação global à adoração
Conexão: enquanto um texto antecipa cidadania aberta na cidade, outro convoca literalmente todas nações à adoração.
O fim visado é claro: um coro mundial onde diversos povos reconhecem a bondade do Senhor. Essa visão une a cidade e o mundo em louvor.
Essa missão nasce da graça. Deus inicia a reconciliação e abre o meio para outras nações entrarem. Não é mérito humano, mas chamado do Altíssimo.
A igreja herda essa vocação: proclamar o evangelho até os confins da terra, acolher e formar discípulos. Assim, mais pessoas serão registradas como pertencentes.

“Um coro de povos e nações que canta ao Senhor.”
- Missão é identidade: a convocação não é opcional.
- O resultado final une céu e terra em glória.
- Prática: proclamar, acolher e discipular para gerar novo canto.
Jesus Cristo e o clímax da glória de Sião
Em Jerusalém, eventos decisivos deram forma à promessa antiga e abriram um novo capítulo de salvação.
Cruz, ressurreição e Pentecostes em Jerusalém
Jesus Cristo cumpre e eleva a reputação da cidade: na cruz e na ressurreição, o Reino é inaugurado com poder histórico e espiritual.
O templo e as festas judaicas são ressignificados em Cristo. Ele aparece como o verdadeiro Cordeiro e a presença viva que dá vida à igreja.

Pentecostes, em Jerusalém, derramou o Espírito sobre a cidade e ativou a missão que alcança a terra inteira.
- Cristo confirma a leitura do salmo ao transformar a cidade em palco da redenção.
- O poder do evangelho envia discípulos da cidade para o mundo.
- A vida que jorra de Cristo torna-se fonte inesgotável de adoração e missão.
“Todas as minhas fontes são em ti.”
Fatos históricos ancoram a fé: cruz, túmulo e Espírito são eventos concretos que justificam a esperança cristã. A igreja é o corpo vivo dessa história, chamada a levar o amor de Deus a cada cidade da terra.
Entre montes e portas: proteção divina e inimigos de Sião
Ao longo da história, cerco e ataque tocaram a cidade em várias vezes, e inimigos surgiram de muitas partes da terra.
Mesmo assim, a proteção repousa no Senhor. A narrativa bíblica mostra que Ele estabelece fundamentos, guarda os muros e preserva o povo. Essa proteção não apaga desafios; transforma-os em ocasião de confiança.
A experiência dos judeus ilustra provas repetidas e preservação providencial. O salmo responde à hostilidade reafirmando amor e eleição divinos. Em vez de fechar-se, a comunidade mantém a vocação de acolher.
As portas, embora visadas por adversários, permanecem símbolo de acesso. Na prática, a fé enfrenta conflitos de forma ativa: pede coragem, sabedoria e reconciliação. O objetivo final não é o fim da cidade, mas sua missão plena entre montes e povos.
Cada ameaça abre oportunidade para renovar a confiança e transformar inimigos em nações acolhidas.
A Igreja hoje: identidade, adoração e cidadania do alto
Hoje a missão prática do texto antigo nos convida a transformar cada bairro em palco de adoração e serviço.
Como viver como “nascidos em Sião” no Brasil
Definir identidade significa ver-se como pessoas cuja vida foi reorientada por jesus cristo. Isso traz uma cidadania do alto dentro do mundo cotidiano.
Igreja como cidade no meio da cidade: a comunidade adora, serve e testemunha. Ela é parte ativa do bem comum e cuida do meio em que vive.
Práticas concretas:
- Hospitalidade e acolhida.
- Discipulado que forma caráter.
- Compromisso com justiça e compaixão.
- Evangelização e serviço aos povos locais.
A adoração transforma e envia. Quem celebra volta-se às todas nações com coração pronto para servir.
| Área | Prática | Impacto |
|---|---|---|
| Trabalho e família | Fidelidade diária | Testemunho público |
| Igreja local | Embassada do Reino | Reconcilição comunitária |
| Comunidade urbana | Justiça e serviço | Bênção às pessoas |
Conclusão: pertencer à cidade de Deus implica responsabilidade: santidade, amor e compromisso com a verdade. Viver como nascidos na cidade é encarnar esperança com humildade e perseverança.
Conclusão
No fechamento do poema, a mensagem central ressoa como chamado e consolo. Este final reafirma a verdade: Deus estabelece a cidade e convida povos a pertencer por graça.
O salmo une passado e futuro. Em tempo de crise, aponta para um fim de reconciliação e louvor na terra.
A cidade é parte de um plano maior, sinal do Reino e ponto de encontro entre o Altíssimo e o mundo. A causa do pertencimento é a graça, não mérito humano.
“todas as minhas fontes” lembra que as fontes da vida vêm de Deus. Por isso a igreja é chamada a beber, servir e tornar-se ponte para que mais sejam acolhidos.
Avance com fé: adore, sirva e ame, mantendo os olhos no Senhor que conduz a história ao seu final.






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